Prontamente, foram encaminhados pela Seppir pedidos de providências para a Presidência e Ouvidoria da Caixa Econômica Federal, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e o Ministério Público Federal.
Em carta encaminhada à Seppir, a Caixa Econômica se desculpa pelo erro da propaganda:
"...a CAIXA pede desculpas por sua última peça publicitária comemorativa aos 150 anos do banco, que teve como personagem o escritor Machado de Assis.
A CAIXA lamenta que a peça não tenha caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com sua origem racial."
Dizem que Machado, no século XIX, escondeu ao máximo as suas origens, temendo que se assumir, como o mulato nascido pobre que era, significasse perder a credibilidade por seus escritos, que não tinham cor.
Hoje, no século XXI, ainda vemos a dificuldade de se veicular a "mulatez" do maior escritor brasileiro.
Junto com Machado, outros nomes de afrodescendentes escritores podem ser citados: Castro Alves, poeta da luta pelo fim da escravidão, João do Rio, escritor boêmio amante das ruas cariocas, Cruz e Souza, apelidado de Dante Negro do Brasil... Nomes que contam a História do Brasil através da literatura. Nomes de uma cor pela História inferiorizada e, filhos dessa cor, nomes dos que escreveram nas suas palavras o grito de uma luta que parece não ter fim.
Não deixemos que embranqueçam nossos escritores. Machado de Assis é mulato, de cor e palavra fortes. É orgulho do Brasil por sua luta e seu trabalho. Não embranqueçam Machado!
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